Israel está preparado para expandir operação em Gaza, diz primeiro-ministro

Declaração de Netanyahu no quinto dia das operações aumenta rumores de possível invasão terrestre do território palestino por forças israelenses
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou neste domingo que o Exército israelense está pronto para \"expandir significativamente\" suas operações em Gaza, elevando os rumores sobre uma possível invasão terrestre iminente do território palestino.
Israel afirmou ter alvejado uma \"antena de comunicação\" no norte de Gaza, além de uma base de treinamento do Hamas, túneis usados para o contrabando de bens e armas para o território e locais de lançamento de foguetes.

Um porta-voz do governo israelense disse à BBC no sábado que a operação \"só terminará quando cidadãos israelenses estiverem seguros\" e afirmou que todas as opções - incluindo uma incursão terrestre em Gaza - estão sendo consideradas.

Israel deixou na sexta-feira
75 mil reservistas em alerta e iniciou a incorporação de outros 16 mil ao contingente do Exército, reforçando os temores de que uma ofensiva terrestre seja iminente.

Trégua
 O presidente do Egito, Mohammed Morsi, afirmou que há \"indicações\" de que uma trégua pode ser alcançada, mas disse que não há \"garantias\". Morsi fez a afirmação após se encontrar no Cairo com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e com o líder político do Hamas, Khaled Meshaal.

O presidente egípcio advertiu ainda Israel contra o lançamento de uma ofensiva terrestre a Gaza. \"Se uma invasão terrestre ocorrer... isso terá repercussões sérias para a região. Nunca aceitaremos isso, nem o mundo livre aceitará\", disse.

O Egito é um dos poucos países árabes a manter laços diplomáticos com Israel e tradicionalmente atua como moderador nas disputas entre Israel e palestinos. Mas os laços entre o Hamas e o Egito se fortaleceram desde que Morsi chegou ao poder, no início do ano. Morsi foi integrante da Irmandade Muçulmana, grupo a partir do qual o Hamas se originou.

A Liga Árabe também realiza neste domingo no Cairo uma reunião de emergência, e anunciou o envio de uma delegação a Gaza nos próximos dias.

Alarmes antiaéreos
O Exército de Israel afirmou que já alvejou mais de 900 locais desde o início dos ataques aéreos, na quarta-feira, e que o território israelense foi atingido por cerca de 500 foguetes disparados a partir de Gaza.

Outros 257 projéteis palestinos teriam sido interceptados pelo sistema israelense de defesa antimísseis. Os alarmes antiaéreos voltaram a soar na manhã de deste domingo em Tel Aviv, pelo quarto dia consecutivo. Essa é a primeira vez que mísseis disparados de Gaza atingem a cidade, centro financeiro do país. Também é a
primeira vez que a cidade é alvo de mísseis desde a Guerra do Golfo, em 1991.

Na sexta-feira, um foguete também atingiu um local desabitado de
Jerusalém, no primeiro ataque à cidade desde 1970.

Em declarações publicadas pelo jornal israelense Haaretz, o ministro do Interior de Israel, Eli Yishai, afirmou que o objetivo da operação militar é \"devolver Gaza à Idade Média\". \"Só assim Israel terá calma pelos próximos 40 anos\", disse ele, segundo o jornal.

Autoridades militares israelenses afirmam que o bombardeio de Gaza enfraqueceu o Hamas, mas sugeriram que uma invasão terrestre pode ser necessária para neutralizar o poderio militar do grupo.

\"A maioria de suas armas está estocada em casas de civis. Eles lançam foguetes a partir de áreas residenciais\", afirmou o general Tal Russo, comandante militar do sul de Israel. \"Não queremos atingir civis em Gaza, mas queremos atingir os ninhos das vespas do terror em Gaza\", disse.

Antes do arrefecimento da onda de violência, Israel já vinha realizando ataques aéreos esporádicos a Gaza, em resposta a disparos de foguetes palestinos contra o sul do país. Mas os bombardeios aéreos e navais dos últimos dias são a mais intensa ofensiva contra Gaza desde a invasão por terra realizada há quatro anos.
Guiame

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