Jean Wyllys diz que nem a família de Jesus era tradicional

Marco Feliciano rebate: “não merece credibilidade,
é uma caricatura parlamentar”
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) continua se atritando com os cristãos por causa de agressões gratuitas. Contrariando seu discurso vitimista característico, ele partiu para o ataque, condenando o Estatuto da Família – proposto pela Bancada Evangélica – com uma declaração no mínimo bizarra.

Na noite desta quinta-feira (28), o ex-BBB participou de um seminário sobre gênero e diversidade no parlamento. Afirmou ainda que não acredita na aprovação do projeto de Lei que classifica família apenas como a união entre um homem e uma mulher.

“Nem mesmo a Sagrada Família é uma família tradicional. Porque pelo que consta nas narrativas bíblicas, Maria concebeu do Espírito Santo. Jesus não é filho de José. Então já começa aí uma família não tradicional formada por uma mulher que engravidou do Espírito Santo e o filho foi criado por um homem que não era necessariamente pai dele. Então mesmo na narrativa bíblica esse projeto não encontra amparo. A diversidade de arranjos familiares já estava presente ali”, disparou segundo o Jornal do Comércio.

Um dos primeiros membros da bancada evangélica a se se manifestar sobre o assunto foi Victório Galli (PSC/MT), que usou as redes sociais para dizer que Wyllys está desinformado. “Como ele mesmo diz, José não era o pai biológico de Jesus, mas era…. HOMEM. Ademais a sagrada família continuou sendo formada por homem, mulher e sua prole”, escreveu o mato-grossense. Considera ainda que o “argumento de Jean é fruto de um analfabetismo teológico. E, o pior, afronta um dos pilares da fé cristã”.

A redação do portal Gospel Prime também ouviu o deputado federal Marco Feliciano (PSC/SP) sobre o assunto. O pastor acredita que a fala de Wyllys mostra que o psolista desconhece o conteúdo do Estatuto da Família. “Ele não participou da comissão especial que debateu exaustivamente o tema e não deixou de reconhecer os arranjos familiares, categoria na qual se encaixaria a sagrada família”.

Sem meias-palavras, chamou Jean de “parlamentar de mídias sociais”. Feliciano foi enfático: “Ele se aproveita da ausência de deputados sérios e mente. Não aceita debater com conhecedores da matéria, vive das luzes da ribalta e do reflexo dos seus 15 minutos de fama concedidos pela toda poderosa Rede Globo”.

Finalizou dizendo que Wyllys “não merece credibilidade, é uma caricatura parlamentar. Sua pirotecnia ilude alguns, mas não a todos”.


Dois pesos e duas medidas

Embora afirme não ter nada contra a representação de evangélicos no Congresso, em Recife Jean Wyllys fez a ressalva que os deputados da bancada não deveriam legislar a partir de seus “dogmas”.  Algo que ele parece não fazer, tendo dificuldade em discernir o que é Estado Laico quando defende a taxação de igrejas.

Curiosamente, sua trajetória parlamentar é marcada por tentativas de incluir o estudo de religiões “não cristãs” nos currículos escolares. Em 2011, emitiu um voto em separado na Comissão De Educação e Cultura, onde sugeria que a matéria “Ensino Religioso” passasse a se chamar “Direitos Humanos e Diversidade Religiosa” e deveria incluir uma abordagem das religiões minoritárias, de matriz africana – Candomblé, Umbanda, Xangô, Tambor-de-Mina, Batuque, Jurema.

No mesmo ano, apresentou o projeto de Lei 1780/11, que propunha incluir no currículo oficial da rede de ensino “a obrigatoriedade da temática “cultura árabe e tradição islâmica”.  Posteriormente, retirou a proposta.

Já em 2013, Wyllys participou de um programa na TV Brasil onde afirmou literalmente que “os orixás me colocaram neste mandato”.

Mais recentemente, afirmou em entrevista que usa, há muitos anos no pulso direito uma pulseira de contas com muitas voltas: “É uma guia de proteção, dos meus orixás, Oxum e Oxóssi”


Fonte: Gospel Prime

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