Presidente da Câmara foi eleito para o cargo com apoio da bancada evangélica
BRASÍLIA - O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reafirmou nesta segunda-feira ser “radicalmente contra” a votação de qualquer projeto de legalização do aborto no Brasil. Em entrevista ao site do jornal “Estado de S. Paulo”, publicada hoje, Cunha foi taxativo: “Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar”.
– Os projetos têm um rito, não é qualquer um que apresenta um projeto e vota. Quem aprova urgência com 257 votos, quem tem maioria, tem que pautar. Eu disse que sou radicalmente contrário e sou mesmo. Mas não tem nenhum projeto. O pessoal fala como se tivesse algo na pauta, e eu estivesse tirando da pauta, mas não existe isso – disse Cunha.
O presidente da Câmara é evangélico e foi eleito para o cargo com apoio da bancada evangélica, inclusive de deputados de partidos da oposição que preferiram Cunha por sua orientação religiosa.
O grupo exerce forte pressão para que matérias de amparo à saúde da mulher em caso de aborto e ampliação dos direitos dos homossexuais não sejam votadas no Congresso. No ano passado, a bancada conseguiu fazer com que o governo recuasse em uma portaria que previa procedimentos no SUS para os casos de aborto legal.
Cunha se reúne na tarde de hoje o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para definir a pauta de votações dos próximos dias. Antigos desafetos, os dois têm se aproximado desde que foram eleitos para comandar as duas Casas do Congresso para trabalharem afinados e manter postura de “independência” em relação ao Executivo.
informações oglobo
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