O capítulo 41 do livro de Gênesis, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, narra um episódio, ocorrido provavelmente há 4 mil anos, em que Faraó teve uma sequência de dois sonhos estranhos em que ele via sete vacas belas e gordas, sete vacas feias e magras, e sete espigas de trigo graúdas e depois outras sete espigas secas.
Os sonhos foram interpretados por um escravo hebreu no Egito chamado José, que mais tarde se tornara governador egípcio, segundo a Bíblia. Na interpretação desse escravo, as vacas e as espigas gordas representavam sete anos de fartura.
Os sonhos foram interpretados por um escravo hebreu no Egito chamado José, que mais tarde se tornara governador egípcio, segundo a Bíblia. Na interpretação desse escravo, as vacas e as espigas gordas representavam sete anos de fartura.
Já as vacas magras e as espigas secas, sete anos de muita fome e escassez. Ao decifrar os sonhos do rei do Egito, José sugeriu que fossem construídos grandes celeiros para que fossem armazenados alimentos suficientes para suprir a necessidade das pessoas no período da crise.
Foi com base nessa história bíblica que o líder da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Acre, os Mórmons, Ivanilson Cavalcante, passou a ensinar os membros de sua igreja a armazenar alimentos prevendo desastres naturais como a cheia do rio Madeira, diz o pastor.
Além do exemplo de José, Ivanilson Cavalcante usa outro exemplo bíblico bem sugestivo ao contexto de uma provável cheia do rio Madeira: o dilúvio. Segundo ele, Deus não entregou a Noé a arca pronta cheia de comida e animais. Ele ordenou a Noé que a construísse, para que estivesse preparado para as coisas que logo aconteceriam.
Durante a cheia do rio Madeira, no ano passado, que deixou o Acre isolado com escassez de produtos de primeira necessidade, alimentos e combustíveis, os membros foram alertados a guardar o que podiam. Na igreja todos são ensinados a armazenar arroz, feijão, soja, farinha e açúcar em recipientes de vidro, sacos ou garrafas pet, que dão ao produto prazo maior de validade. Os grãos podem ser conservados na água, no óleo, no gelo seco e ainda através do processo de queima do oxigênio.
“Se você coloca um produto numa embalagem dessa o tempo de validade aumenta. Se na embalagem dele vem que ele tem prazo de validade de um ano, na garrafa pet aumenta para mais um ano. E esse armazenamento não é só através de um processo. Tem o armazenamento com óleo, o processo de queima de oxigênio. Tem o armazenamento com alho também. O feijão, por exemplo, ele vai ser armazenado com alho também. Há também o armazenamento do feijão com a pimenta do reino. Isso no caso da pessoa que prefere”, informa.
Os membros são doutrinados ainda a fazer uma poupança no banco e a fazer o que eles chamam de “armazenamento verde e armazenamento vivo” que são a criação de animais como galinha, pato, codorna e porco, e plantações de legumes e verduras em casa. “Com isso a pessoa pode passar em abundância em momentos como o da cheia do Madeira. Isso tudo é uma questão de prudência”.
Para o sacerdote mórmon, os acreanos não teriam passado tanto sufoco na cheia do rio Madeira se conhecessem as técnicas pregadas em sua igreja. O exemplo para isso vem de casa. Ele e a esposa Laura Cavalcante vivem o que pregam e por isso no período de crise no Acre, no ano passado, não sentiram a escassez vivido pela população. “ Nós temos plantações em casa, criamos animais e temos a nossa poupança e só ficamos sabendo do que estava ocorrendo através dos noticiários”, conta Laura Cavalcante.
No caso de um provável novo “dilúvio” do Madeira, o pastor mórmon já sugere aos membros que se preparem para uma possível escassez.
“Estamos ensinado tudo isso. Para que as pessoas se previnam para qualquer momento difícil que vier”, completa.
Na contramão do credo religioso, o Sistema de Proteção da Amazônia, o Sipam, órgão que faz previsões em bases científicas, descarta uma enchente nas mesmas proporções que a do ano passado quando o rio Madeira chegou aos 19,67 metros. O rio, que corta a cidade de Porto Velho, está na cota dos 15 metros, acima do alerta, porém ainda não alaga a rodovia 364, que liga Rondônia ao Acre. Apesar disso, empresários e o governo do Acre montaram um plano de contingência temendo o pior.
Os líderes da Igreja preparavam listas do que as pessoas precisavam comprar, e depois armazenavam em depósitos de alimentos nas cidades que iam fundando. Após a Segunda Guerra, líderes da igreja preocupados com uma iminente guerra nuclear alertavam os mórmons usando uma retórica apocalíptica, sempre incentivando o armazenamento de alimentos. Com isso, cada família era incentivada a ter uma reserva para cerca de dois anos.
Nas últimas duas décadas, o foco no armazenamento de alimentos mudou um pouco, mas a prática ainda é ensinada.
As casas de muitos mórmons estão equipadas com prateleiras especiais para armazenar latas de comida preparadas para durar anos.
com informações Ac24horas
Foi com base nessa história bíblica que o líder da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no Acre, os Mórmons, Ivanilson Cavalcante, passou a ensinar os membros de sua igreja a armazenar alimentos prevendo desastres naturais como a cheia do rio Madeira, diz o pastor.
Além do exemplo de José, Ivanilson Cavalcante usa outro exemplo bíblico bem sugestivo ao contexto de uma provável cheia do rio Madeira: o dilúvio. Segundo ele, Deus não entregou a Noé a arca pronta cheia de comida e animais. Ele ordenou a Noé que a construísse, para que estivesse preparado para as coisas que logo aconteceriam.
Durante a cheia do rio Madeira, no ano passado, que deixou o Acre isolado com escassez de produtos de primeira necessidade, alimentos e combustíveis, os membros foram alertados a guardar o que podiam. Na igreja todos são ensinados a armazenar arroz, feijão, soja, farinha e açúcar em recipientes de vidro, sacos ou garrafas pet, que dão ao produto prazo maior de validade. Os grãos podem ser conservados na água, no óleo, no gelo seco e ainda através do processo de queima do oxigênio.
“Se você coloca um produto numa embalagem dessa o tempo de validade aumenta. Se na embalagem dele vem que ele tem prazo de validade de um ano, na garrafa pet aumenta para mais um ano. E esse armazenamento não é só através de um processo. Tem o armazenamento com óleo, o processo de queima de oxigênio. Tem o armazenamento com alho também. O feijão, por exemplo, ele vai ser armazenado com alho também. Há também o armazenamento do feijão com a pimenta do reino. Isso no caso da pessoa que prefere”, informa.
Os membros são doutrinados ainda a fazer uma poupança no banco e a fazer o que eles chamam de “armazenamento verde e armazenamento vivo” que são a criação de animais como galinha, pato, codorna e porco, e plantações de legumes e verduras em casa. “Com isso a pessoa pode passar em abundância em momentos como o da cheia do Madeira. Isso tudo é uma questão de prudência”.
Para o sacerdote mórmon, os acreanos não teriam passado tanto sufoco na cheia do rio Madeira se conhecessem as técnicas pregadas em sua igreja. O exemplo para isso vem de casa. Ele e a esposa Laura Cavalcante vivem o que pregam e por isso no período de crise no Acre, no ano passado, não sentiram a escassez vivido pela população. “ Nós temos plantações em casa, criamos animais e temos a nossa poupança e só ficamos sabendo do que estava ocorrendo através dos noticiários”, conta Laura Cavalcante.
No caso de um provável novo “dilúvio” do Madeira, o pastor mórmon já sugere aos membros que se preparem para uma possível escassez.
“Estamos ensinado tudo isso. Para que as pessoas se previnam para qualquer momento difícil que vier”, completa.
Na contramão do credo religioso, o Sistema de Proteção da Amazônia, o Sipam, órgão que faz previsões em bases científicas, descarta uma enchente nas mesmas proporções que a do ano passado quando o rio Madeira chegou aos 19,67 metros. O rio, que corta a cidade de Porto Velho, está na cota dos 15 metros, acima do alerta, porém ainda não alaga a rodovia 364, que liga Rondônia ao Acre. Apesar disso, empresários e o governo do Acre montaram um plano de contingência temendo o pior.
Previsão apocalíptica incentiva armazenamento
A prática dos Mórmons em estar sempre preparados começou na primeira década do século 19. Nessa época, Joseph Smith, seu fundador, atraiu pessoas de várias partes dos Estados Unidos para o que era chamada de Terra Prometida, o Estado do Utah.Os líderes da Igreja preparavam listas do que as pessoas precisavam comprar, e depois armazenavam em depósitos de alimentos nas cidades que iam fundando. Após a Segunda Guerra, líderes da igreja preocupados com uma iminente guerra nuclear alertavam os mórmons usando uma retórica apocalíptica, sempre incentivando o armazenamento de alimentos. Com isso, cada família era incentivada a ter uma reserva para cerca de dois anos.
Nas últimas duas décadas, o foco no armazenamento de alimentos mudou um pouco, mas a prática ainda é ensinada.
As casas de muitos mórmons estão equipadas com prateleiras especiais para armazenar latas de comida preparadas para durar anos.
com informações Ac24horas
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