Após míssil atingir Exército, Israel ataca fronteira com Líbano e mata soldado da ONU

Incidente matou dois soldados e feriu outros sete nas Colinas de Golã; país prometeu retaliação ao Hezbollah

JERUSALÉM - O Exército israelense respondeu com pelo menos 25 bombas e artilharia a um ataque a míssil que matou dois soldados e feriu outros sete na fronteira com o Líbano. 

O incidente nas Colinas de Golã foi reivindicado pelo Hezbollah, que teve cinco membros do grupo e um general iraniano mortos em um ataque na semana passada. Horas depois do ataque israelense, um soldado da ONU foi declarado morto no território libanês. 

Na manhã desta quarta-feira, um veículo militar israelense foi atingido por um míssil antitanque nas região das fazendas de Shebaa, zona da fronteira com Síria e Líbano. As Forças de Defesa do país começaram a revidar ainda pela manhã até a tarde, atingindo alvos nos vilarejos de Majidiyeh, Abbasiyeh e Kfar Chouba.

Em um comunicado, o premier Benjamin Netanyahu advertiu que Israel revidaria o ataque. Horas antes da troca de fogo com o lado libanês, Israel havia feito um ataque aéreo à Síria. Dos sete feridos, um estaria em estado grave e dois sofreram apenas pequenas escoriações.

“O Exército está disposto a agir com força em todas as frentes”, declarou o primeiro-ministro.

Segundo a ONU, um soldado espanhol da missão na região foi morto dentro do território libanês.

— Um soldado foi morto, e estamos vendo as circunstâncias em que este terrível incidente ocorreu. Estamos em contato próximo com todas as partes envolvidas e pedimos máximo cuidado para prevenir uma escalada de conflitos — revelou Andrea Tenenti, porta-voz da Força Interina das Nações Unidas no Líbano.

A Finul tem mais de 10 mil soldados na região, vigiando a fronteira entre os dois países. O contingente ganhou muitos reforços desde 2006, quando Israel e Hezbollah lutaram na região.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, lamentou a morte do soldado.

Mais cedo, Israel fez um ataque aéreo ao território sírio. Segundo o Exército, a medida foi uma retaliação pelos quatro foguetes disparados na terça-feira. As regiões de onde saíram os foguetes estariam sob controle do governo de Bashar al-Assad.

Uma série de tensões tem tomado as Colinas de Golã após um outro ataque aéreo israelense na região ter matado, há dez dias, o general iraniano Mohammed Allahdadi, um comandante do Hezbollah e o filho de um ex-líder militar do grupo, Imad Moughniyeh.

Na terça-feira, o Irã afirmou aos Estados Unidos que o ataque aéreo cruzou “linhas vermelhas” e que o país iria retaliar, disse um representante de alto escalão do governo.

— Dissemos aos americanos que os líderes do regime sionista devem esperar pelas consequências de seus atos — disse o vice-chanceler iraniano, Hossein Amir Abdollahian.

O embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, enviou uma carta de protesto ao secretário-geral Ban Ki-moon e ao Conselho de Segurança.

"Israel não ficará sem reação enquanto o Hezbollah mantém a mira nos israelenses. O país não aceitará quaisquer ataques em seu território, e exercerá seu direito de autodefesa e tomará todas as medidas necessárias para proteger sua população.

O primeiro-ministro do Líbano, Tammam Salam, afirmou em comunicado que o país está comprometido com a resolução da ONU que terminou o conflito entre Israel e o Hezbollah. Ele se disse "preocupado com a deterioração da situação no Sul", e criticou Israel por colaborar com a escalada nas tensões.

G1

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