A igreja centenária Assembleia de Deus, uma das que mais crescem no Brasil e com a maior representação na bancada evangélica do Congresso, tem como meta eleger um vereador em cada uma das 5.565 cidades brasileiras.
Para alcançar o resultado, a igreja aposta em números revelados no recém-divulgado Censo 2010. Dos 42 milhões de evangélicos, 12 milhões são da Assembleia, 4 milhões a mais do que em 2000.
Essa maioria de assembleianos também é percebida na política, dos 76 deputados federais da Frente Parlamentar Evangélica, 24 são da Assembleia de Deus.
De acordo com o pastor Lélis Marinhos, presidente do conselho político nacional da Convenção Geral das Igrejas Assembleia de Deus no Brasil (CGIADB), a denominação alcança 95% das cidades, favorecendo a divulgação dos candidatos.
Ainda segundo o pastor, a igreja registra e monitora só no estado de São Paulo, 250 candidatos a vereador, embora haja muitos outros membros da igreja que entraram na disputa por iniciativa própria.
Apesar de muitos ainda considerarem que a política não deve estar relacionada com a religião, segundo o pastor Abner Ferreira, o investimento na política é parte de uma transição em curso na Assembleia.
"Antes, ouvir rádio ou ver TV era pecado. Hoje entendemos que são veículos extraordinários para pregar o evangelho", disse o pastor.
De acordo com cientista político Cesar Romero Jacob, autor do ‘Atlas da Filiação Religiosa’, a Assembleia de Deus atrai a maioria dos fiéis e por consequência seus votos por abordar temas em defesa da família diferente de outras denominações que apostam na teologia da prosperidade, segundo publicação Folha de São Paulo.
Na avaliação do especialista, a abordagem vai ao encontro da situação econômica dos seguidores da igreja, concentrados nas regiões mais pobres do país.
"Na ausência do Estado, onde a população não tem acesso à educação ou saúde, vivendo amedrontada pela violência, a igreja é o espaço que oferece um tipo de segurança a essas famílias", acrescenta Jacob na mesma publicação.
O êxito deste grupo evangélico nas urnas também está associado ao perfil heterogêneo de seus candidatos. Os políticos da Assembleia estão filiados aos mais variados partidos.
CP
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