Estudo mostra que trabalhadores terceirizados ganham 24,7% menos e trabalham 3 horas a mais por semana

Em meio ao debate dos últimos dias sobre a votação do Projeto de Lei 4.330/04, que autoriza a terceirização para todas as atividades, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) publicaram um estudo que revela que o trabalhador terceirizado, em média, ganha menos e trabalha mais que um contratado pelas normas da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Segundo o "O Dossiê Terceirização e Desenvolvimento: uma conta que não fecha", os terceirizados - que somam 26,8% dos trabalhadores do País - receberam,em média, 24,7% menos. Em 2013, remuneração média destes profissionais foi de R$ 1.776,78, enquanto dos contratados pela CLT foi de R$ 2.361,15.

O estudo também mostra que quase 60% dos terceirizados ganham até dois salários mínimos, contra 49,3% dos contratados pela CLT. Conforme o salário aumenta, o salário dos terceirizados cai drasticamente. 

Apenas 2,9% dos terceirizados ganham acima de 10 salários mínimos, enquanto 6,1% dos contratados recebem a mesma remuneração.

Mesmo ganhando menos, os terceirizados trabalharam, em média, três horas a mais por semana.

Segundo o estudo, se a jornada dos trabalhadores terceirizados fosse igual à jornada de trabalho daqueles contratados diretamente, seriam criadas 882.959 vagas de trabalho a mais.

O tempo de emprego demonstra uma diferença ainda maior entre trabalhadores diretos e terceiros. Enquanto a permanência no trabalho é de 5,8 anos para os trabalhadores diretos, em média, para os terceiros é de 2,7 anos. 

Esse fato decorre da alta rotatividade dos terceirizados - 64,4% contra 33% dos diretamente contratados. Apesar de ter ocorrido uma alta geral da rotatividade, a taxa teve um aumento de 19,5 pontos percentuais entre os terceiros, quando comparado ao mesmo estudo realizado em 2010.

Acidentes
Os acidentes e as mortes no trabalho também são mais recorrentes entre os terceirizados. "As empresas não investem em medidas preventivas, mesmo que as atividades apresentem situações de maior vulnerabilidade aos trabalhadores."

Segundo o estudo, o setor da construção é o campeão nessa estatística, seguido pelo setor elétrico. "Apenas em 2011, das 79 mortes ocorridas no setor, 61 foram de trabalhadores de empresas terceirizadas."

Brasil Post

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